Uma teoria matemática não deve ser considerada completa, até que você a tenha deixada tão clara, de modo a poder ser explicada para o primeiro homem que você encontrar na rua.

David Hilbert (1862 - 1943) - Em discurso no Congresso Internacional de Matemática em Paris, 1900  (Bulletin of the American Mathematical Society 8, 1902, tradução nossa).

5ª Regra de Educação Financeira

REGRA: Pesquise as taxas de juros quando for fazer um empréstimo ou financiamento e opte pela menor mesmo que isso implique em troca de empréstimo.

Para finalizar nossas regras de Educação Financeira, vamos aprender um pouco sobre taxa de juros e para começar vamos entender como se formam as taxas no mercado.

A taxa básica de juros da economia brasileira é a Selic, ela representa a taxa que o Governo Federal paga quando necessita tomar dinheiro emprestado dentro do próprio país, ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) que se reúne a cada 45 dias, na última reunião ocorrida nos dias 06 e 07 de março, o Comitê decidiu reduzi-la para 9,75% a.a.

A Selic é o parâmetro para formação de todas as outras taxas da economia

 

Os Bancos costumam remunerar as pessoas que investem nele (que aplicam seu dinheiro no Banco) com uma taxa inferior a Selic, porém os juros dos empréstimos concedidos pelos Bancos são sempre superiores a Selic. No caso das Financeiras ocorre da mesma forma

Como o principal negócio dos Bancos e das Financeiras são os empréstimos e os financiamentos é natural que o preço (taxa de juros) dos seus produtos sejam elevados, afinal é daí que vem o lucro dessas Instituições.

Assim, caso você não tenha como fugir e tenha que fazer um empréstimo ou financiamento, não esqueça de pesquisar antes as taxas e caso seja necessário não tenha receio e troque de Banco.

Um exemplo de financiamento muito comum que a grande maioria das pessoas possui é o cartão de crédito, agora se além de comprar no cartão de crédito você também esteja em débito com ele, fica atento porque as taxas cobradas pelas administradoras dos cartões são muito elevadas.

Como exemplo dessa situação vamos analisar a seguinte questão: A fatura do seu cartão no mês de novembro foi de R$ 800,00, o pagamento mínimo é de R$ 120,00, você opta por pagar apenas o valor mínimo e fica com saldo devedor. Três meses depois, em fevereiro você decide negociar a sua dívida com o cartão e este lhe cobra uma taxa de 10,76% a.m, além de multa de 2%, para ter sua dívida financiada em 10 prestações.

Paralelamente você descobre que o seu Banco possui uma linha de crédito consignado com taxa de juros de 3,5% a.m. Qual o melhor negócio? Qual a diferença entre as duas situações?

Ao deixar de pagar o cartão durante 3 meses o saldo devedor do cliente que inicialmente era de R$ 680,00, passa a ser de R$ 942,45, caso o cliente opte por financiar esse valor em 10 prestações fixas ele pagará ao final um valor total de R$ 1.584,22, ou seja R$ 641,77 a mais que a dívida original.

Porém, se esse cliente tiver condições de fazer um empréstimo consignado, cujas taxas de juros são significativamente menores que as do cartão de crédito, ele podendo conseguir um CDC com taxa de 3,85% a.m, ele pode financiar o valor da sua dívida R$ 942,45, pagar o cartão de crédito e passar a pagar a prestação bem menor ao Banco.

Por isso, pesquise as taxas e se for necessário troque de financiamento ou empréstimo e de Banco.

Com esta 5º Regra fechamos o nosso ciclo de regras de Educação Financeira e até uma próxima oportunidade!!!!!                                         

 

 Zilda Santos é mestre em Economia, com graduação em Ciências Econômicas e Licenciada em Matemática. Como Professora da UFOPA atua no Instituto de Ciências da Sociedade e trabalha na equipe técnica do Projeto Economia - LAPMAT.